domingo, 22 de janeiro de 2012


EXPOSIÇÃO REVOLUÇÃO GENÔMICA

Revolução Genômica em São Paulo
Exposição científica abre ao público amanhã no Parque do Ibirapuera
Edição Online - 28/02/2008


© EDUARDO CESAR


Dupla hélice de DNA e mosca-da-fruta ao fundo: jogo simula efeitos de mutações no inseto

Durante os próximos quatro meses e meio os interessados num dos campos mais badalados da ciência contemporânea, o estudo do material genético dos organismos, terão um bom motivo para ir ao Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Abre amanhã (29/02) às 9h a exposição Revolução Genômica, que fica em cartaz no Pavilhão Armando de Arruda Pereira, a antiga sede da Prodam (entrada pelo portão 10), até 13 de julho.

Originalmente concebida pelo Museu de História Natural de Nova York (AMNH, na sigla em inglês), onde ficou em cartaz de maio de 2001 a janeiro de 2002, a mostra foi vista por 800 mil pessoas no exterior. Além de Nova York, percorreu outras cidades norte-americanas, passou pela Nova Zelândia e Hong Kong e agora chega a São Paulo. A exposição no Ibirapuera, na qual foram investidos cerca de R$ 5 milhões e que espera atrair meio milhão de visitantes, é uma promoção do Instituto Sangari, representante oficial do AMNH no Brasil. Cerca de R$ 1 milhão foi gasto na reforma do antigo pavilhão.

Revolução Genômica conta com patrocínio e apoio de empresas privadas e órgãos públicos. A FAPESP é uma das entidades que apóiam a iniciativa. A exemplo do que fez com a exposição Darwin, igualmente oriunda do AMNH, que passou por São Paulo e hoje é uma das atrações do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, o Instituto Sangari também vai levar a nova mostra científica para outras capitais brasileiras. O segundo destino das exposições sobre genes e cromossomos será a capital fluminense. “Nossa missão é divulgar a ciência para a população brasileira”, disse Ben Sangari, presidente do instituto, durante coletiva de impressa hoje pela manhã para apresentação da versão brasileira da mostra.

Ocupando uma área de 2 mil metros quadrados do pavilhão, a exposição  está dividida em três seções principais: Grande Salão do DNA, A Era do Genoma e Genética dos Alimentos. Nesses ambientes os visitantes poderão vivenciar uma série de experiências: passear por dentro de uma célula gigante; simular o efeito de mutações numa mosca-da-fruta (algumas são inócuas, outras alteram as formas do inseto); extrair DNA de morangos; simular o processo de seleção natural num jogo interativo; entender o que é um alimento transgênico. .

“A exposição aqui é maior e mais espetacular do que foi em outros lugares”, disse Alan Draeger, diretor de exposições itinerantes do museu, na coletiva de imprensa. Os organizadores de Revolução Genômica, cuja curadoria está a cargo da jornalista Mônica Teixeira e da geneticista Eliana Dessen da Universidade de São Paulo (USP), não se limitaram a importar o evento que fez sucesso no exterior. Fizeram questão de dar uma cor local à mostra.

A fauna e a flora nacionais, que compõem a riqueza do patrimônio genético do país, ocupam lugar de destaque na versão brasileira da mostra. Por meio de filmes, fotos, exemplares empalhados e vivos, animais e plantas das matas nacionais exemplificam o conceito de biodiversidade e sua ligação com os estudos na área de genômica A contribuição recente da pesquisa brasileira nesse campo do saber, com destaque para o seqüenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa (que causa a doença do amarelinho nos laranjais) e trabalhos na área de genética do câncer e da cana-de-açúcar, é outro diferencial da exposição. Feitos da agricultura brasileira, com auxílio da biotecnologia, também são lembrados.

Programação cultural - “A mostra de São Paulo está sendo montada como em Nova York, mas com o acréscimo de contribuições singulares do Brasil, ligando a questão da genética com a biodiversidade”, comentou o paleontólogo Niles Eldredge, do AMNH, primeiro convidado da série de palestras que farão parte da programação cultural paralela à mostra, organizada por Pesquisa FAPESP.

Criador da teoria do “equilíbrio pontuado” com o falecido paleontólogo e biólogo evolucionário Stephen Jay Gould, Eldredge falará no sábado (01/03) às 15h. As vagas para a apresentação são limitadas, e as inscrições devem ser feitas pelo telefone (11) 3468 7400.  O site de Pesquisa FAPESP cobrirá as  palestras e também disponibilizará a íntegra das apresentações.

No evento de apresentação de Revolução Genômica, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, resumiu o espírito da exposição. “A exposição fala de como as características são levadas de um ser vivo para outro e mostra que esse processo promove mudanças e permanências (nessas características)”, afirmou Brito.

A entrada inteira para a exposição custa R$ 15 e a meia, R$ 7. Escolas particulares e grupos agendados pagam R$ 10. Não há cobrança de ingressos de colégios públicos que marcarem a visita com antecedência. No último domingo de cada mês, a entrada é gratuita para todos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


Nanotecnologia -

Empresa anuncia mapeamento do DNA por US$ 1 mil

Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/01/2012
Empresa anuncia mapeamento do DNA por US$ 1 mil
O que ainda não está claro é o que fazer com os mapas genéticos gerados pela máquina. [Imagem: Life Technologies]
Genoma por mil dólares
Aquilo que era considerado um marco na história da ciência parece ter sido atingido: o mapeamento de um genoma humano por US$1 mil.
Hoje, o custo de um sequenciamento completo do DNA varia entre US$ 5 mil e US$ 10 mil, mas já foi muito mais caro.
Enquanto a tecnologia emergente dos nanoporos já permita que se fale em US$100 para o mapeamento de todos os genes, o primeiro sequenciamento feito pelo Projeto Genoma Humano custou US$3 bilhões.
Agora, a empresa norte-americana Life Technologies colocou no mercado um equipamento que, segundo seus cálculos, permitirá que os laboratórios sequenciem o genoma de qualquer pessoa, cobrando US$1.000,00 por genoma, e ainda lucrem com isso.
O equipamento, chamado Ion Proton, custa US$ 150 mil, enquanto a geração anterior de sequenciadores custava entre US$ 500 mil e US$ 750 mil.
O aparelho, de tamanho semelhante a uma multifuncional de escritório, utiliza um chip de baixo custo, e leva 24 horas para fazer o trabalho total de sequenciamento de um genoma humano, um processo que leva semanas com os equipamentos atualmente no mercado.
Bioética
O que ainda não está claro é o que fazer com os mapas genéticos gerados pela máquina.
Quando o objetivo de sequenciar o genoma por US$1.000 foi estabelecido, ainda se acreditava que um mapa genético teria as respostas para todas as doenças humanas - e, sobretudo, para a cura dessas doenças.
Mas logo se percebeu que essa era uma visão ingênua, e que o DNA não tem todas as respostas - na verdade, o sequenciamento genético está ajudando os cientistas muito mais a fazerem novas perguntas do que oferecer alguma resposta.
As promessas de uma medicina personalizada, em que cada pessoa receberia o medicamento adequado ao seu genoma, em vez de se aproximar da realidade, está seguindo o caminho inverso, e cada vez mais migra para o reino da ficção.
Em seu lugar, surgem as preocupações éticas, como a entrega para doação de bebês que apresentem algum "desvio genético" indesejável, como a propensão para alguma doença.
Ou a exigência de genomas para a seleção de clientes de seguradoras e planos de saúde ou de candidatos a emprego.
A preocupação é ainda maior pela disseminação da lenda de que os genes responderiam a todas as questões de uma forma direta e precisa.
Embora os interesses econômicos por vezes falem mais alto, a ciência já demonstrou que não são apenas os nossos genes que nos tornam únicos - por exemplo, ao menos um gene tem efeitos opostos em homens e mulheres e o mesmo gene que mata uma pessoa pode não afetar outra..

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012


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